Faz-te à estrada

a estrada que te leva

e a que carregas contigo,

não são a mesma.

Com cuidado, deves separar os assuntos, pois apesar de estarem relacionados,

são muito diferentes, díspares.

se errares?

tentas outra vez,

há muitas rotundas, desvios e retornos,

demais até,

mas eu não tenho opinião,

então, a rotunda é toda tua,

podes dar as voltas que quiseres

a estrada vai lá estar à mesma, à tua espera, inalterada

apenas tu terás mudado,

a tua perspectiva da estrada

agora já sabes onde vais, ou pelo menos tens a noção de que tens que ir por ali.

Dizem que há muitas estradas que levam a mesmo ponto, talvez , mas, na nossa perspectiva a estrada é sempre a mesma, o que muda, somos mesmo nós, senão, encontramos sempre os mesmos buracos e crateras, que em qualquer outra estrada, não porque eles existem predefinidos para nós no nosso destino, mas porque nós previamente sabemos que eles lá estão

não??

sim, tu predefines um caminho, uma sabedoria, uma rota

e escolhes uma estrada

sim, escolhes

sim essa mesma, a esburacada

mas podias escolher o teu espaço

e por espaço quero dizer a área em que te defines,

em que não permites a influência de outras acções negativas

só mesmo, as tuas!

a tua área permite-te sempre concentrar e não perder de vista, as duas estradas, limpas, desenergizadas, à espera de serem caminhadas, limpas

o teu espaço permite-te criar, ser e também esburacar

para que é que quererias esburacar?

nunca se sabe, não é verdade?

melhor saber e nunca precisar

ah mas tu achas que esburacar poderá ter um sentido….talvez, sim

talvez esburacar seja…..

alterar

recriar

restaurar

mas como sobreviver ao esburacar?

existindo e coexistindo

coexistindo em mais sintonia e harmonia, contigo própria

estás em crescimento, isso é bom

em desenvolvimento

mas tens que ser tu, tu própria a criar as tuas ajudas, pois, tu és as tuas ajudas, tu és o teu ponto de apoio, afinal, és universo!

tu és tu e não precisas de mais ninguém

por isso

cresce e aparece

faz-te à estrada!

Texto psicografado por Célia Agostinho